20070508

Solilóquio de Artista(?)

Ah, a sedutora troca transdisciplinar...
Percebem como a arte e o conhecimento desprovidos de TROCAS são perfeitamente inúteis? (Vejam como isso se refere diretamente à dificuldade de lidar com outros universos de pensamento!)

Como será que nos articulamos, por meio de nossos mecanismos existenciais, com os mecanismos incorporais? O que me dizem então da busca pela plenitude do fazer artístico?
Estamos inseridos numa academia de artes. Ou seria esta apenas um magnético e terapêutico antro que reúne seres cobertos de soberba? Uma observação: à "terapia" proporcionada por esse ímã, caros colegas, atribuo a milagrosa propriedade de massagear egos.
Aqueles que se pretendem artistas já ingressam na academia munidos de pelo menos um cânone: "TENHO TALENTO". Pois bem, eis um paradigma que adotamos desde cedo. Louvável e precioso, diga-se de passagem. No entanto, o problema que aí reside é justamente a forma como lidamos com esses "atributos pessoais". Pra que entrar pruma universidade? Não seria pra "aprimorar" (um termo tão recorrente!) técnicas e evoluir? Não seria pra intercambiar informações através desse aprimoramento? Conhecimento, arte e técnica caminham juntos - e de mãos dadas.
Técnica? A academia nos oferece; basta-nos um mínimo de esforço "autodidata" pra complementar esse saber acadêmico. Pois o conhecimento é amplo, e alguns anos de curso (só de "curso", ressalte-se) não vão nos suprir todas essas necessidades intelectuais. A troca de conhecimentos, desta forma, é primordial nesse crescimento - eis aí a Evolução propriamente dita. Quero expor, por meio desta última menção, que muitos estudantes-artistas estão ainda centrados em seus "modos-de-fazer-particulares-e-engessados". É isso mesmo, puramente convencidos de seus "talentos"... Orgulhinho, orgulhinho!
Ah, a re-canonização do paradigma primevo: esses seres não se despojam de seus egotistas paraDOGMAS, visto que cada vez menos se preocupam com a real valia da academia! E então, como saem da universidade? Do mesmo jeito que entraram, ou até mesmo piores. Criaturas de egos inflados, nada mais. No máximo, um punhado de maníacos ostentando títulos, honras, méritos e "obras"... Chegam então ao CU-me da baixeza ostentatória de poder: "Arte é status!".
Convido-os a refletir e a discutir acerca dessas questões brevemente colocadas.
Do contrário, continuem mergulhados e perdidos em seus altivos universos onfálicos. E que, de preferência, enterrem-se com seus talentos.

Ninguém na trincheira.