20080531

Alphonsus de Guimaraens

DEITAS TEU CORPO EM FLOR
Deitas teu corpo em flor no campo claro
e toda ao sol te entregas, matinal.
Um perfume de luz se espalha qual
puro delírio, canto esquivo e raro.

Sorver o aroma, recolher o puro
estremecer de flor, ó pólen, ó mel
que irrompendo de tudo vibra em céu
de água a cair das coisas num futuro

instante de fantástica beleza
e de beijo e de afago e de um supremo
arfar de chama em límpida penugem.

Deitas teu corpo em flor, e a natureza
Funde-se em ti no alto silêncio extremo
de volúpia desfeita em brisa e nuvem.

20080529

Inteireza

A confiança que depositamos no outro é o espelho de nossa própria confiabilidade.

20080525

Maio de 68

20080518

EBAgunça

Corporações de Ofício, fiéis acordos de cumplicidade... DUVIDOSAS trocas, em suma!
Escola de Belas Artes: vós sois o iníquo antro escambador!
Apresento-vos, EBA, vossa bela alcunha: Eclésia da Beatice Artística!
Ó, Altíssima Academia! Vossos discursos são comoventes ludíbrios! Quereis angariar mais e mais complacentes carolas a fim de salvardes tais almas de sua penosa indigência?! Oh, decerto...!
À margem de vossos sujos ditames e cânones, cá estou. Eis a voz da resistência. Eis a vez do contrapoder.

Questionemos, pois, a suposta (IMPOSTA, NON?) "hierarquia" entre ARTESÃOS, ARTISTAS e ARTISTÓIDES.

O "pseudo" reinaria, enfim?!

Breve, dEBAndarei... Este é meu derradeiro manifesto acadêmico. Com muito louvor.

20080515

Orang-e = Orang-utan

Intempestivamente, as palavras e as coisas amalgamam-se. Constituem implacáveis ambigüidades, constroem belíssimas dialéticas.
Maquiavélicos símbolos!
Por fim, eis que (do)minam os fracos.

20080508

De que vale a pasteurizada "erudição", por fim?

Consciências medíocres apenas passam (ou melhor, CORREM) sem deixar rastros; consciências "atormentadas" caminham, colhem do solo pequenos ramos de VIDA e assinalam profundamente seus lastros.

"O sucesso dos grandes eruditos e pensadores assemelha-se ao dos cortesãos, não é um sucesso de soberano ou de homem. Arranjam meios de viver sempre em conformidade, da mesma forma que o fizeram seus pais, e de modo algum são os genitores de uma raça de homens mais nobres." (Henry David Thoreau)

Meu Homem

MEU HOMEM
Tu emanas a harmonia, de tal fervor, sísmica.

Eis o homem a convocar-me o pranto
Junto à sua rítmica tábua de suplícios.

Quanta sinergia, quanto encanto, quanto ardor!

Meu homem, seria eu a tua vítima?
Meu homem, seria eu, de tanto labor, digna?

Teu acalanto, Amor, é elegia de todos os vícios!

Enquanto sinfonia, homem, dizimas-me a dor
Enquanto energia, Amor, afanas-me o real temor.

20080505

Consciência III

"A Consciência III não vê apenas uma série de erros políticos e públicos, como o poderia ter visto um liberal do New Deal, mas também os males mais profundos que Kafka, os expressionistas alemães ou Dickens teriam visto: velhos lançados em asilos, ruas que o gás néon e o comercialismo tornam horrorosas, o conformismo servil, o espírito de competição e a esterilidade da vida nos subúrbios, a solidão e a ausência de normas sociais das cidades, a devastação da natureza pelas escavadeiras e pela poluição, a estúpida irracionalidade de quase todo o ensino secundário, o rude materialismo da maioria dos valores, a falta de amor da maior parte dos casais e, principalmente, a qualidade plástica e artificial de tudo, vidas de plástico em casas de plástico." (Charles Reich)

20080504

Racio-Símio

Estruturo meu pensamento através do Caos, e eis que este, por sua vez, reelabora-me a convencionada "incoerência".