20110428

Troll Art


20110427

"Cul-de-Sac"


Dirigido por Roman Polanski, "Cul-de-Sac" (GBR, 1966) é um longa-metragem onde tudo se reverte ironicamente.
Um enigmático criminoso ferido e seu parceiro moribundo refugiam-se num castelo à beira-mar.
Os proprietários do local, um britânico e sua esposa francesa, então reféns da dupla quase-morta, permanecem enquanto "hospedeiros" (ou, quem sabe, infelizes hóspedes?), a contragosto, do(s) bandido(s).
Porém, as relações entre os meliantes, a mulher e o marido, começam a se alterar de maneiras bizarras e tragicômicas. (Digamos... À la "maneirismos" de Polanski!)
As formas surreais do filme ganham vigor na medida em que a insanidade se aproxima dos personagens.

20110426

"Les Demoiselles de Rochefort" (Trilha Sonora)


Façam aqui o download da trilha sonora do filme. Excelente! (Com direito a faixas exclusivas!)

"Burning Of The Midnight Lamp"


Roubando fruta duma banca aqui, fazendo gracinha com a criança ali, flagrando cãozinho acolá.
"The Jimi Hendrix Experience" fez festa por onde passou. Senhoras e senhores, sorriam com espontaneidade! Curiosamente, um homem até entrou na folia quando se viu tirando a peruca para o trio! (Ha-ha!)
Apresento-lhes a admirável simplicidade e o envolvimento entre a banda e os "cidadãos comuns" (provavelmente britânicos) neste raro vídeo.
"The Jimi Hendrix Experience" sempre me fez sorrir, de fato!

(Na minha opinião, essa também é uma das melhores músicas deles.)

20110422

É vero?

Atualmente, tudo é mais "parlamentar" do que "expressivo".

(Ah! Retirem as aspas, por favor.)

20110418

Duo em G#m

Tinha um quê de cidade interiorana. Havia ali belos sobrados com lambrequins e jardineiras frontais. As ruas eram estreitas, com calçamento de pedras, e quase não havia ruídos de motores.
Meu foco era uma dessas ruazinhas. Ou melhor, parte de uma. Havia algo especial naquele momento. Era uma tarde ensolarada, e o ambiente inspirava mistérios de praça antiga. O movimento era raro.
Repentinamente, do segundo andar dos sobrados que pareavam-se frente a frente, surgira um casal; ambos debruçavam-se em seus guarda-corpos de metal de seus respectivos varandins. Entreolhavam-se com melancolia e vislumbravam, complacentes, a paisagem abaixo. Estavam separados apenas pela largura da alameda; no entanto, pareciam conformados com a impossibilidade do encontro.
Logo, a surpresa: com lágrimas, a moça empunhara um arco de violino e assim iniciou a sua sinfonia ali mesmo, como se o gradeado do balaústre fosse o seu encordoamento. O rapaz fizera o mesmo, não com um pouco de tristeza. Desta forma, os arredores foram tomados por aquele diálogo musicado entre os jovens apaixonados.
O dueto crescia. Robustecia-se. Hipnotizava. Enquanto isso, senti-me completamente arrebatada em vertigens. Agora, estava observando o casal de dentro de um sobrado vizinho, sozinha. A música embriagava-me, e não conseguia mais me deter.
Desesperada, delirante e em estado de perda de consciência, descia cambaleante uma extensa e obscura escada em caracol. Arrastava-me e gritava. Agora a sinfonia distorcia-se e retumbava cada vez mais, dominando todo o meu corpo em convulsão.
Numa síncope, desmaiei.
Quando finalmente acordei do pesadelo, a música já não mais retumbava. Voltara à harmonia. Então, quando dei por mim, percebera que era eu a moça do varandim. E o rapaz tinha desaparecido. Eu tocava e solfejava só.

(Registro do último sonho.)

20110411

Minh'Amiga, a Rosa


Ela, a cachoeira, não é negra. Dizem os temerários que seus fios oscilam entre o âmbar, o dourado e a cor-de-fogo.

Cochilávamos, então.

Ansiosa. De soslaio, velava a minha exausta flor, que comigo aventurara-se por entre aquelas tênues, mas firmes lâminas.
Já era noite, pois. Num sobressalto, acordei. Pensei que dormira pouco. Sussurrei-lhe várias vezes, preocupada: "Estás bem, querida rosa?"
E ela sempre respondia: "Sim, estou bem, minha amiga...! Como é bom sentir outros ares, não é mesmo?"
Concordei com ela e sorri, meio-que-dormente. Com um nobre gesto de carinho, beijei-a.
Inocente, ainda perguntou-me: "Por que choras?"
Respondi, apontando para a parede, logo à nossa frente: "Aquilo, rosa. Aquilo que vês não te parece familiar?"
Nos abraçamos numa fraterna comunhão, cansadas. Ignorei os seus espinhos, que machucavam-me profundamente. É que, pela primeira vez, vi uma rosa verter lágrimas.

E como me pareceu belo o amálgama de nossos fluidos vitais!

20110405

"Les Demoiselles de Rochefort": 44 anos!


Honradíssimos!

É uma pena que esta obra cinematográfica ainda seja tão desconhecida por aqui, no Brasil.

Pra que relembrem, aqui já havia feito uma breve homenagem às doces e cativantes demoiselles.

Apresento a vocês um documentário produzido por Agnès Varda, em 1992, pelos 25 anos do filme:

PARTE 1
PARTE 2
PARTE 3

Confesso que me emocionei muito.
Espero que também gostem!

"Ce Soir Ou Jamais"...

20110404

Femina


FEMINA

Folheando minha feminilidade
Abstração excretada: a verdade
Atitude-idéia de olhar
Efeito do outro que modela.

Interiorizando minha identidade
Significados e papéis perenes
Retrato, repulsa, ambiguidade.

Do desvelamento ao revés abjeto
Fragmentação da aparência
A(na)tomização realizada: mutilada.

Explorando minha transitividade.