20070617
(Im)pureza
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 2:04 PM 3 na trincheira.
Ao Protagonista
Tu és puro, meu amado. Somente tu sacias a minha sede de viver em paz.
A correnteza, fluindo docemente, ainda nos trará surpreendentes alegrias.
Vem, minha criança... Experimenta essa doce sinestesia de tornarmo-nos um só!
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 1:58 PM 1 na trincheira.
20070611
Assim Falou a Rosa
Logo cedo tomou para si a existência como eterna e intensa chama. Cabelos dourados. Mente brilhante. Misterioso relance de beleza e furor poético. A criança queimava por dentro e deixava rastros de admiração entre muita gente grande. Sim! Esse garoto, ainda pequenino, conseguia aplacar os adultos com seu poder de fogo. Era devastador sem ferir, o que lhe atribuía incomum maestria.
Ora genial, ora ensimesmado, precocemente aprendeu a construir sua própria fogueira - para ele, a expressão da pureza e a contemplação da sabedoria se fizeram ricos mananciais em meio ao deserto. Assim, o Pequeno Príncipe crescia no seu mundinho. E ali se fez senhor de si, revolvendo cuidadosamente os vulcõezinhos ("Quem é que pode garantir?") e arrancando regularmente os baobás que lhe ameaçavam atravancar o planeta com suas enormes raízes.
Espinhos e pétalas - que belas pétalas avermelhadas se abriram! Foi numa aurora de outono que, depois de me preparar com tanto esmero, despertei diante do principezinho. As quatro folhinhas modificadas em acúleos, salpicadas pelo meu corpo, eram motivo de mórbida vaidade. Na verdade, tinha medo de revelar minha fragilidade e me escondia no orgulho. Mesmo assim, o príncipe de cabelos de ouro, dia após dia e ao sabor de quaisquer intempéries, me dispensara todos os cuidados necessários.
E ele cativou esta Rosa e esta Rosa o cativou. E o sorriso daquela criança iluminada paulatinamente desarmara aquela perfumada e altiva criatura. Da efemeridade arrogante da Rosa e da simplicidade inocente do Príncipe surgiu o Amor. Amor cultivado. A Rosa embalsamava e embelezava os pores-do-sol do Príncipe e o pequeno dos cabelos dourados enchia de luz a sangüínea flor. Amor completo e perene.
Hoje as estrelas são floridas quando fito o céu. Meu Príncipe, eternamente pequeno, sorri para mim com doçura. Ouço seu riso, vejo seus olhinhos brilhando através daqueles tão misteriosos diamantes no firmamento.
Criança-flor e criança-Sol: imortais. Rubra é a pureza desse encantador fogo.
Imagem: Cortesia de João Paulo Tiago, grande amigo! Muit'obrigada, querido John!
http://joapa.deviantart.com/
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 1:04 AM 2 na trincheira.
20070610
Desaparente ou Desapareça!
(Se eu sumir, me reembolsa os "investimentos"? HAHAHAH!)
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 2:39 PM 3 na trincheira.
Entrincheirada
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 2:36 PM Ninguém na trincheira.
Ó, Argonautas...
LAND HO!
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 2:27 PM Ninguém na trincheira.
Apupos, aplausos!
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 2:35 AM Ninguém na trincheira.
A Rosa e seu Arsenal
"Vae victis!"
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 12:57 AM Ninguém na trincheira.
20070608
Espectro (In)visível
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 11:47 PM 1 na trincheira.
Radiografia-Colant XP
Vê!
'Eu estômago colado na coluna
'Eu pulmão calejado,
chiando ao calar
'Eu baço - ai dele! - embaçado
Ever-ão, neve, é verão!
Vê!
'Eu quinto olho-vítreo revirado
'Ua cabeça quebrada à beça
'Ua úlcera a agourar,
agora pela garganta
'Eu escarro,
'Ua merda!
Vê?
'Eu sangue que suguei
'Ua dilatada veia vermelha
'Ua energia - goza! - acumulada
Virgem cal
Extinta cal
Fossilizada.
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 11:03 PM Ninguém na trincheira.
Moradias
Que posso dizer deste
ciclópico vício?
Abarca todos os desejos
e preenche páginas vazias
Meu coração é todo palavras
Relance de ensejos
em forma de olhares
Curvas macias
Largas enseadas.
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 11:03 PM Ninguém na trincheira.
Lingüiça (ou a frigideira letrada) [Parte II]
Aflitas letras
Léxico frito
em rósea gordura
Impregnadas!
Sujeira e agrura
Agora feitas
Expostas ao verde
da luz-madrugada-quente
Apenas letras
gritam por um ruído
saboroso
Reminiscências
de perfeitas
(talvez conflitantes)
tentativas
Expressão premente.
Recheio?
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 10:42 PM Ninguém na trincheira.
Graf(r)ite! [Parte I]
Aflitas letras
Fritas no tubo
Rosa-choque
Querem gritar
Temem morrer
Choram no baque
do escrever
Almejam liberdade
Expressão pura
muito além
do grafite.
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 10:38 PM Ninguém na trincheira.
20070603
Contemplação
- Um homem... Um homem me ama!
E sorri pr'aquele maravilhoso reflexo e finalmente torna-se mulher.
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 1:56 AM 4 na trincheira.
Meu Amado
Vasto e fértil terreno. Cativante simplicidade.
O soberano da casa.
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 12:59 AM Ninguém na trincheira.
20070602
Erguem-se as belas gêmeas...
Almas a cantar sobre cinzas
Eis que o tempo pereceu
ante o fôlego de tal embriaguez
Ah, quão inspirador
é o ideal platônico!
Orgulhosas, as crianças
empunham seu caduceu
em uníssono profundo e harmônico
O fio dourado então se rompeu
Purificou-se o duplo irreal
E a Razão perdeu a sua altivez
Ah, quão desafiador
é o ideal platônico!
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 1:47 AM Ninguém na trincheira.
Névoa sensual...
Eternidade num só desejo
Olhares
quase desfeitos em dor
Enigma a dois
Amor, Amor...
Véu de chama natural.
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 1:46 AM Ninguém na trincheira.
Te dou o meu sangue...
Eu, minha,
agora sou tua
Bebe então esta alma
fluida, pura
Sede de prazer...
Sim, tua!
A fome é de amar
Mel e néctar
Eis a minha entrega
quase cega.
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 1:45 AM Ninguém na trincheira.
20070601
Fis-su(tu)ras
Então permaneço olhando fixamente pro teto.
Resignada.
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 9:21 AM Ninguém na trincheira.