20080630

Complexo de Duchamp

Créditos da tirinha: André Dahmer.
http://www.malvados.com.br

Cérebro?!

Enquanto jantava laudatoriamente, eis que certas vozes bradaram-me ao relento:
- QUE OS OUTROS COMPLETEM O TEU DISCURSO!
(Muito vago... Que discurso seria esse?!)
Pra mim, "discurso" é aquilo que atinge, agressiva ou aprazivelmente, o imo do estômago... O ÂMAGO DO APETITE!
(É a víscera mais sensível de nossos corpos, humanóides!)
Pois bem, caríssimos... Já dei-vos meu humilde parecer. Caso contrário, desgastai vossos preciosos e gulosos neurônios!
Já estou cansada de ouvir minhas próprias células nervosas. MONÓLOGOS! Minha alma grita, grita... GRITA POR ALGO MAIS!
E pergunto-vos, por fim:
quantidade ou qualidade? Peso ou massa?

(Quero vomitar.)

20080629

Flicts

"O mundo não é uma coleção de objetos naturais, com suas formas respectivas, testemunhadas pela evidência ou pela ciência: o mundo são cores." (Carlos Drummond de Andrade)

Pisca-Alerta

"Portanto, fiquemos alertas - alertas em duplo sentido.
Desde Auschwitz nós sabemos do que o ser humano é capaz.
Desde Hiroxima nós sabemos o que está em jogo."
(Viktor Frankl)

20080628

Insuportável Presença

Era ela uma criatura tísica. Seus cabelos, lisos e ralos, acortinavam-lhe o semblante. Suas mãos eram pegajosas e incrivelmente gélidas; seus dedos, compridos e ágeis.
Essa horrenda e tétrica imagem perseguia-me incansavelmente.
Era o Desespero. Era a Morte.
Enquanto isso, a voz de meu amado ecoava ao longe, qual sentinela na guarida: "Não reconheço-te mais, Carolina... Não mais. Não..."

(Registro do último sonho.)

20080627

Exortação ao Zoológico Humano

QUANTOS DE VOCÊS ESTÃO REALMENTE VIVOS?

IngSoc

Ideologia ou religião?
Seria o Grande Irmão o "último" dos deuses?

20080626

Valsa

Qual hastes gêmeas dum compasso, assim somos nós: enquanto uma alma circunvaga em seu percurso, a outra, a partir de seu centro, logo inclina-se em direção à primeira... E só ergue-se novamente quando seu par retorna ao ponto de onde partiu. Obliquamente vagamos distantes, mas entre nossas almas não há separação. O desenho que traçamos é dádiva de um raro amor. Amor verdadeiro. É presença que não se define debaixo do sol. Amor sublime. Ah, quem são as palavras agora? Rotos conceitos! Tão-somente tentativas demasiado humanas. Aprendi a des-definir certas coisas e assim desvencilhei-me de crenças apodrecidas. E continuo a derrotar as mediocridades mundanas.

Ziraldo

Melodia em Sol Sustenido Menor

O mistério se desfez no silêncio. Adágio. Soa então a primeira nota duma idílica sinfonia. Movimentos. Um após outro e a solidão já serenava. Arpejos irrompiam em patéticos reflexos especulares. O ocaso. Uma frágil flecha pulsa naquela pauta de metal. Furor poético. A escala cromática se esvai na tensão. O caos. Já não existem conceitos. Segue a melodia em infindáveis improvisos. O acaso. Resplandece agora luz singular. Clave de sol. Eis que surge o último sinal. Reflexos multiplicados. Ofuscante desejo. Pupilas-espelho incessantemente a pulsar. Encontro no rastro dos cabelos ensolarados. Riqueza cíclica de incomuns timbres. Mãos. O matrimônio da Natureza e do Universo. Insondável estranheza. Já não existem limites. Uníssono. Único corpo. Único espelho. Único Amor.

Frágil Rosa?

"É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas. Dizem que são tão belas! Do contrário, quem virá visitar-me? Tu estarás longe... Quanto aos bichos grandes, não tenho medo deles. Eu tenho as minhas garras." (Antoine de Saint-Exupéry - "O Pequeno Príncipe")

Kocham Cię! Na zawsze!

Intermezzo romântico da Polonaise.

20080625

Stultifera Navis

"Não-razão", "desrazão"... Lassos conceitos!
Seriam realmente tênues as fronteiras entre a Liberdade e a convencionada loucura patológica?

20080623

"Álfur Út Úr Hól"

Ecce homo Zarathustra.

20080620

Polonaise

A sentir a energia da terra, baila Cordélia nos braços da sombria amiga.
Desnuda e descalça, esboça seu último sorriso para a Vida.

Cinéreos Dias

Muitas primaveras inda hão de vir. Eis a esperança que jamais fenecerá.
Ledas e coloridas auroras inda trarão a nós muito mais vida.
E este é apenas o começo: o Inexplicável.

Uy!

MOD-EMO-DÊ.

Pintores

Créditos da tirinha: André Dahmer.
http://www.malvados.com.br

20080606

Permanece a Palavra

"Deve-se, ao se contrair um casamento, colocar-se a pergunta: você crê que poderá conversar prazerosamente com esta mulher até a velhice? Tudo o mais é transitório no casamento." (F. W. Nietzsche)

20080603

Mulher Virtuosa

"Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede ao de rubis.
O coração do seu marido está nela confiado; assim ele não necessitará de despojo.
Ela só lhe faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida.
Busca lã e linho, e trabalha de boa vontade com suas mãos.
Como o navio mercante, ela traz de longe o seu pão.
Levanta-se, mesmo à noite, para dar de comer aos da casa, e distribuir a tarefa das servas.
Examina uma propriedade e adquire-a; planta uma vinha com o fruto de suas mãos.
Cinge os seus lombos de força, e fortalece os seus braços.
Vê que é boa a sua mercadoria; e a sua lâmpada não se apaga de noite.
Estende as suas mãos ao fuso, e suas mãos pegam na roca.
Abre a sua mão ao pobre, e estende as suas mãos ao necessitado.
Não teme a neve na sua casa, porque toda a sua família está vestida de escarlata.
Faz para si cobertas de tapeçaria; seu vestido é de seda e de púrpura.
Seu marido é conhecido nas portas, e assenta-se entre os anciãos da terra.
Faz panos de linho fino e vende-os, e entrega cintos aos mercadores.
A força e a honra são seu vestido, e se alegrará com o dia futuro.
Abre a sua boca com sabedoria, e a lei da beneficência está na sua língua.
Está atenta ao andamento da casa, e não come o pão da preguiça.
Levantam-se seus filhos e chamam-na bem-aventurada; seu marido também, e ele a louva.
Muitas filhas têm procedido virtuosamente, mas tu és, de todas, a mais excelente!"
(Pv. 31: 10-29)

"Um mais um é sempre mais que dois"...

Não quero UNICIDADE. Quero UNIÃO.