Magnífico registro das Bodas de Prata dos meus avós.
Foi no dia 26/02/1955. O mais interessante é que eu estava me lembrando deles, por
esses dias. Que Deus os tenha.
Esse enlace entre Fernandino e Tinoco só poderia dar coisa boa, modéstia à parte.
Do Vovô "Sulico", respeitável alfaiate, tenho as belas lembranças dos meus
três anos de idade – ele, com sua paixão pela música erudita, juntamente ao severo olhar, confrontava o seu próprio "coração de manteiga". Sensibilíssimo, nos deixou em
1985. Tinha um violino e gostava de "batucar" os dedos numa velha
poltrona da sala diante de um disco de Verdi.
Vovó Noeme era rigorosa e intensa em tudo aquilo que fazia. Gostava de falar de frutas e de preparar deliciosos quitutes. Era bastante carinhosa, acima
de tudo. Sua voz era rouca e breve. Seu aroma lembrava aquele que as rosas ao relento exalam –
era tão bom, que impregnava a casa. Deus tomou-a pelas mãos quando eu tinha dez
anos.
Dos rapazinhos sentados, Papai é o terceiro da esquerda para a
direita. De predominante alvura, "nem aí"! No dia 5 de Maio de 1955
completaria então nove anos de idade. Curiosidade, é que sua Primeira Comunhão coincidiu com os preparativos das Bodas de Prata! Ah... Para a frustração de Papai, não realizaram aquela clássica foto da criança ajoelhada com as mãos postas e a imagem de Jesus ao fundo. "Economizaram" fotografia (risos)! Outra coisa interessante, é que ele já demonstrava uma exímia habilidade para o desenho. Professores(as) das escolas e colégios onde estudava sempre lhe solicitavam ilustrações para exposições e apresentações de trabalhos. Acho que puxei muito a ele. Dou graças a Deus por tantos talentos herdados!
Tio Marcílio, o primeiro garoto sentado, era o "dedo-duro" e o desafiador dos irmãos. Mesmo assim, segundo Papai, sempre teve bom coração. Atualmente é um empresário de sucesso. Inclusive, batizou o seu edifício comercial, no centro de Sete Lagoas/MG, com os nossos sobrenomes.
Um fato marcante é que, quando o caçula Marcos (na foto, o garotinho de suspensórios) nasceu, Papai chamou-o de "Dida". Meus avós o advertiram com "Não, Maurício; é Marcos!" - e Papai logo retrucou: "Não! É Dida!" - E não é que o apelido "pegou"? Hoje, Tio Dida é um grande desportista.
Tio Márcio (o guri de pé) escreveu uma obra autobiográfica
chamada "Parem o Mundo Que Eu Quero Descer" (2000), ilustrada pelo
meu pai. Claro, amava o "Raulzito"! Papai já me relatou com lágrimas
emocionadas várias proezas de ambos até suar. Eram muito ligados e
próximos.
E o pequeno Murilo (o segundo garoto, sentado), que se foi muito cedo, é um anjo. Ah... E Tio Márcio, "namorado da bailarina" (risos), Deus também está cuidando bem de ti, padrinho! Está feliz com o Murilo? Cuidando bem do pequeno, do Vovô e da Vovó? Espero que sim...
As Tias (exceto a dulcíssima Ninice - já havia escrito algo breve
sobre ela, outrora) cantam no grandioso Coral Santa Cecília. Gargantas de
Diamante! Algumas delas também exercem seus talentos na pintura.
E cá estou a demonstrar às novas gerações dessa família
"com Arte na veia" quem realmente somos. Para cultivar essas raízes é preciso que conheçamos as origens. Assim, as mais belas
flores e os mais saborosos frutos despontarão com naturalidade. E ótimas sementes virão, certamente.
Afinal, quem desconhece o próprio passado é incapaz de construir um
futuro digno!
[Da direita para a esquerda, formando uma elipse: Vovô "Sulico" Juscelino, Vovó "Nema" Noeme, Tia "Ninia" Maria da Conceição, Tia "Maú" Maria Lúcia, Tia "Lelena" Maria Helena, Tia "Ninice" Maria Eunice, Tio Márcio, Tio Marcílio, o Anjinho Murilo, Maurício (Papai) e Tio "Dida" Marcos.]
Créditos da imagem: Acervo Dalton Andrade.