(É necessário que nos matemos às vezes, não é?)
20081129
Juntos...
(É necessário que nos matemos às vezes, não é?)
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 2:46 AM 8 na trincheira.
20081118
O Jardim Secreto
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 9:17 PM 1 na trincheira.
20081115
Honradez?
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 11:50 PM 2 na trincheira.
20081112
Oscar Wilde
_ Ela disse que dançaria comigo se eu lhe levasse rosas vermelhas – exclamou o Estudante – mas não vejo nenhuma rosa vermelha no jardim.
Por entre as folhas, do seu ninho, no carvalho, o Rouxinol o ouviu e, vendo-o, ficou admirado...
_ Não há nenhuma rosa vermelha no jardim! – repetiu o Estudante, com os lindos olhos cheios de lágrimas – Ah! Como depende a felicidade de pequeninas coisas! Já li tudo quanto os sábios escreveram. A Filosofia não tem segredos para mim e, contudo, a falta de uma rosa vermelha é a desgraça da minha vida.
_ E eis, afinal, um verdadeiro apaixonado! – disse o Rouxinol. Gorjeei-o noite após noite, sem conhecê-lo, no entanto; noite após noite falei dele às estrelas, e agora o vejo... O cabelo é negro como a flor do jacinto, e os lábios, vermelhos como a rosa que deseja; mas o amor pôs-lhe na face a palidez do marfim e o sofrimento marcou-lhe a fronte.
_ Amanhã à noite o Príncipe dará um baile, murmurou o Estudante, e a minha amada se encontrará entre os convidados. Se levar-lhe uma rosa vermelha, dançará comigo até a madrugada. Se levar-lhe uma rosa vermelha, hei de tê-la nos braços, sentir-lhe a cabeça no meu ombro e a sua mão presa à minha. Não há rosa vermelha em meu jardim... E ficarei só; ela apenas passará por mim... Passará por mim... E meu coração se despedaçará.
_ Eis, na verdade, um apaixonado... – pensou o Rouxinol – Do que eu canto, ele sofre. Aflige-o o que me alegra. Grande maravilha, na verdade, o Amar! Mais precioso que esmeraldas e mais caro que opalas finas. Pérolas e granada não podem comprá-lo, nem se oferece nos mercados. Mercadores não o vendem, nem o conferem em balanças a peso de ouro.
_ Os músicos da galeria – prosseguiu o Estudante – tocarão os seus instrumentos de corda e, ao som de harpas e violinos, minha amada dançará. Dançará tão leve, tão ágil, que seus pés mal tocarão o assoalho, e os cortesãos, com suas roupas de cores vivas, reunir-se-ão em torno dela. Mas comigo não bailará, porque não tenho uma rosa vermelha para dar-lhe... – e, atirando-se à relva, ocultou nas mãos o rosto e chorou.
_ Por que está chorando? – perguntou um pequeno lagarto ao passar por ele, correndo, de rabinho levantado.
_ É mesmo! Por que será? – Indagou uma borboleta que perseguia um raio de sol.
_ Por quê? – sussurrou uma linda margarida à sua vizinha.
_ Chora por causa de uma rosa vermelha – informou o Rouxinol.
_ Por causa de uma rosa vermelha?! – exclamaram – Que coisa ridícula!
E o lagarto, que era um tanto irônico, riu à vontade.
Mas o Rouxinol compreendeu a angústia do Estudante e, silencioso, no carvalho, pôs-se a meditar sobre o mistério do Amor.
Subitamente, abriu as asas pardas e voou.
Cortou, como uma sombra, a alameda; e como uma sombra, atravessou o jardim.
Ao centro do relvado, erguia-se uma roseira. Ele a viu. Voou para ela e pousou num galho.
_ Dá-me uma rosa vermelha – pediu – e eu cantarei para ti a minha mais bela canção!
_ Minhas rosas são brancas; tão brancas quanto a espuma do mar, mais brancas que a neve das montanhas. Procura minha irmã, a que enlaça o velho relógio-de-sol. Talvez te ceda o que desejas.
Então o Rouxinol voou para a roseira que enlaçava o velho relógio-de-sol.
_ Dá-me uma rosa vermelha – pediu – e eu te cantarei minha canção mais linda.
A roseira sacudiu-se levemente.
_ Minhas rosas são amarelas como a cabeleira dourada das sereias que repousam em tronos de âmbar, e mais amarelas que o trigo que cobre os campos antes da chegada de quem o vai ceifar. Procura a minha irmã, a que vive sob a janela do Estudante. Talvez te possa ajudar.
O Rouxinol então dirigiu o vôo para a roseira que crescia sob a janela do Estudante.
_ Dá-me uma rosa vermelha – pediu – e eu te cantarei minha canção mais linda.
A roseira sacudiu-se levemente.
_ Minhas rosas são vermelhas, tão vermelhas quanto os pés das pombas, mais vermelhas que os grandes leques de coral que oscilam nos abismos profundos do oceano. Contudo, o inverno regelou-me até as veias, a geada queimou-me os botões e a tempestade quebrou-me os galhos. Não darei rosas este ano.
_ Eu só quero uma rosa vermelha – repetiu o Rouxinol – uma só rosa vermelha. Não haverá meio de obtê-la?
_ Há, respondeu a Roseira, mas o meio é tão terrível, que não ouso revelar-te.
_ Dize. Não tenho medo.
_ Se queres uma rosa vermelha, explicou a roseira, hás de fazê-la de música, ao luar; tingi-la com o sangue de teu coração. Tens de cantar para mim com o peito junto a um espinho. Cantarás toda a noite para mim e o espinho deve ferir teu coração e teu sangue de vida deve infiltrar-se em minhas veias e tornar-se meu.
_ A Morte é um preço exagerado para uma rosa vermelha – exclamou o Rouxinol – e a Vida é preciosa... É tão bom voar através da mata verde e contemplar o sol em seu esplendor dourado, e a lua em seu carro de pérola... O aroma do espinheiro é suave, e suaves são as campânulas ocultas no vale, e as urzes tremulantes na colina. Mas o Amor é melhor do que a Vida. E o que vale o coração de um pássaro comparado ao coração de um homem?
Abriu as asas pardas para o vôo e ergueu-se no ar. Passou pelo jardim como uma sombra e, como uma sombra, atravessou a alameda.
O Estudante estava deitado na relva, no mesmo ponto em que o deixara, com os lindos olhos inundados de lágrimas.
_ Rejubila-te! – gritou-lhe o Rouxinol – Rejubila-te! Terás a tua rosa vermelha. Vou fazê-la de música, ao luar. O sangue de meu coração a tingirá. Em conseqüência, só peço-te que sejas sempre verdadeiro amante, porque o Amor é mais sábio do que a Filosofia, embora sábia; mais poderoso que o poder, embora poderoso. Tem as asas da cor da chama e da cor da chama tem o corpo. Há doçura de mel em seus braços e seu hálito lembra o incenso.
O Estudante ergueu a cabeça e escutou. Nada pôde entender, porém, o que dizia o Rouxinol, pois sabia apenas o que está escrito nos livros.
Mas o Carvalho entendeu e ficou melancólico, porque amava muito o pássaro que construíra ninho em seus ramos.
_ Canta-me um derradeiro canto – segredou-lhe – sentir-me-ei tão só depois da tua partida.
Então o Rouxinol cantou para o Carvalho, e sua voz fazia lembrar a água a borbulhar de uma jarra de prata.
Quando o canto finalizou, o Estudante levantou-se, tirando do bolso um caderninho de notas e um lápis.
_ Tem classe, não se pode negar – disse consigo, atravessando a alameda – Mas terá sentimento? Não creio. É igual à maioria dos artistas. Só estilo, sinceridade nenhuma. Incapaz de sacrificar-se por outrem. Só pensa em cantar e bem sabemos o quanto a Arte é egoísta. No entanto, é forçoso confessar, possui maravilhosas notas na voz. Que pena não terem significação alguma, nem realizarem nada realmente bom!
Foi para o quarto, deitou-se e, pensando na amada, adormeceu.
Quando a lua refulgia no céu, o Rouxinol voou para a roseira e apoiou o peito contra o espinho. Cantou a noite inteira e o espinho mais e mais enterrou-se-lhe no peito, e o sangue de sua vida lentamente se escoou...
Primeiro descreveu o nascimento do amor no coração de um menino e uma menina; e, no mais alto galho da roseira, uma flor desabrochou, extraordinária, pétala por pétala, acompanhando um canto e outro canto. Era pálida, a princípio, qual a névoa que esconde o rio, pálida qual os pés da manhã e as asas da alvorada. Como sombra de rosa num espelho de prata, como sombra de rosa em água de lagoa era a rosa que apareceu no mais alto galho da roseira.
Mas a roseira pediu ao Rouxinol que se unisse mais ao espinho.
_ Mais ainda, Rouxinol, exigiu a roseira, senão o dia raia antes que eu acabe a rosa.
O Rouxinol então apertou ainda mais o espinho junto ao peito, e cada vez mais profundo lhe saía o canto porque ele cantava o nascer da paixão na alma do homem e da mulher.
E tênue nuance rosa nacarou as pétalas, igual ao rubor que invade a face do noivo quando beija a noiva nos lábios.
Mas o espinho não lhe alcançava ainda o coração e o coração da flor continuava branco – pois somente o coração de um Rouxinol pode avermelhar o coração de uma rosa.
_ Mais ainda, Rouxinol – clamou a roseira – não deixe raiar o dia antes que eu finalize a rosa.
E o Rouxinol, desesperado, calcou-se mais forte no espinho, e o espinho lhe feriu o coração, e uma punhalada de dor o traspassou.
Amarga, amarga lhe foi a angústia e cada vez mais fremente foi o canto, porque ele cantava o amor que a morte aperfeiçoa, o amor que não morre nem no túmulo.
E a rosa maravilhosa tornou-se purpurina como a rosa do céu oriental. Suas pétalas ficaram rubras e, vermelho como um rubi, seu coração.
Mas a voz do Rouxinol se foi enfraquecendo, as pequeninas asas começaram a estremecer, e uma névoa cobriu-lhe o olhar; o canto tornou-se débil e ele sentiu qualquer coisa apertar-lhe a garganta.
Então, arrancou do peito o derradeiro grito musical.
Ouviu-no a lua branca, esqueceu-se da Aurora e permaneceu no céu.
A rosa vermelha o ouviu e, trêmula de emoção, abriu-se à aragem fria da manhã.
Transportou-no o Eco à sua caverna purpurina, nos montes, despertando os pastores de seus sonhos. E ele os levou através dos caniços dos rios, e eles transmitiram sua mensagem ao mar.
_ Olha! Olha! – exclamou a roseira – A rosa está pronta, agora!
Ao meio-dia o Estudante abriu a janela e olhou.
_ Que sorte! – disse – Uma rosa vermelha! Nunca vi rosa igual em toda a minha vida. É tão linda que tem certamente um nome complicado em latim. E curvou-se para colhê-la.
Depois, pondo o chapéu, correu à casa do professor.
_ Disseste que dançarias comigo se eu te trouxesse uma rosa vermelha – lembrou-se o Estudante – Aqui tens a rosa mais vermelha de todo o mundo. Hás de usá-la hoje à noite sobre o coração, e quando dançarmos juntos, ela te dirá o quanto te amo.
Mas a moça franziu a testa.
_ Talvez não combine bem com o meu vestido - disse - Ademais, o sobrinho do camareiro mandou-me jóias verdadeiras; e jóias, todos sabem, custam muito mais do que flores...
_ És muito ingrata! – exclamou o Estudante, zangado. E atirou a rosa à sarjeta, onde a roda de um carro a esmagou.
_ Sou ingrata? E o senhor não passa de um grosseirão. E, afinal de contas, quem és? Um simples estudante... Não acredito que tenhas fivelas de prata nos sapatos, como as tem o sobrinho do camareiro... – e a moça levantou-se e entrou em casa.
_ Que coisa imbecil, o Amor! – resmungou o estudante, afastando-se – Nem vale a utilidade da Lógica, porque não prova nada; está sempre prometendo o que não cumpre e fazendo acreditar em mentiras. Nada tem de prático. E como neste século o que vale é a prática, volto à Filosofia e vou estudar Metafísica.
Retornou ao quarto, tirou da estante um livro empoeirado e pôs-se a ler...
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 9:46 PM Ninguém na trincheira.
20081108
À Surdina
Perfeitos cúmplices, perfeitas vítimas?!
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 4:31 PM 4 na trincheira.
Tri (Legal?!)
Tua britva, bezúmine,
é teu malenque sintemesque
que tu brosatas
qual gronque quel, nadsate!
Brada, pois, em vão,
tuas tchipucas, brétchene!
Ah! Platcho pelo teu vredado litso,
prestúpnique nadmenhe!
Vai! Rassudoca acerca
das vindouras toltchocadas,
ujássine forela!
Eu quero o teu crove, maltchique!
AVISO: AQUI NÃO, SEVANDIJA!
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 5:33 AM Ninguém na trincheira.
Eternamente
AMÉM, AMÉM.
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 4:15 AM 2 na trincheira.
Quatro por Dois
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 4:09 AM Ninguém na trincheira.
20081106
Telúrica
É de todas as cores
É um punhal de neve
É um canhão de vidro
É um colchão de nuvem
Numa cela acesa
É meu pé na terra
É meu pão na mesa
Na mesa, na mesa..."
(Taiguara - "Aquarela de um País na Lua")
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 7:01 AM Ninguém na trincheira.
20081104
Pro Meu Home
Intão comé que ocê pode apontá pra mim a lança?!
Amansa, leão... Descansa, que a tua onça é mansa!
Má comé que ocê pode machucá uma criança e some?!
Solução: tua muié avança n'ocê e, vivim, te consome!
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 6:28 AM 2 na trincheira.
20081103
São de Espírito
Disparado por Feérica "Psychedella" Fuzilêra às 7:49 PM Ninguém na trincheira.