Imaginem uma estação metroviária suspensa a 9 metros do solo. Agora pensem numa enorme montanha-russa a cruzar os trilhos do metrô - que me parecia bem antigo. Era este o cenário de mais uma de minhas infindáveis "insanidades". Colegas e amigos, tanto de infância quanto de faculdade, acompanhavam-me nesta aventura.
Detalhe interessante é que os vários trilhos dessa montanha-russa (ora ao ar livre, ora a adentrar labirínticos túneis) eram paralelos e descontínuos. Havia, dependendo do estágio da viagem, de 3 a 5 trilhos - e seus respectivos vagões encontravam-se tão contíguos, uns aos outros, que, ao encontrarem-se nas adjacências, liberavam nervosas faíscas.
Poderia chamá-la de montanha-roleta-russa, visto que o sucesso do perigoso percurso dependia apenas da sorte dos ocupantes daqueles vários vagões enfileirados, cujas cadeiras, unidas, eram separadas de 10 em 10. Cada vagão, portanto, dispunha de 10 lugares.
Outro detalhe: nem sempre os trilhos, apesar de seu paralelismo, conduziam os vagões ao mesmo destino. Em certos pontos da longa jornada, todos eles desciam; em outros, desencontravam-se.
Estava eu à frente de um dos vagões, a conduzir alguns amigos. Éramos 5 ou 6 pessoas.
Experimentamos emoções diversas, que partiam da euforia e atingiam o extremo pânico.
Nosso trilho escolhido, logo no início do percurso, após uma brusca descida, pregou-nos um susto: ele terminava ali, diante dum rio poluído que nos aguardava, sedento pela fatalidade. As garotas entraram em desespero e tentei acalmá-las como pude. Ressalte-se que os trilhos estavam bastante gastos e enferrujados, ao ponto de dificultarem a viagem. Pois bem... Freei o nosso vagão com as próprias mãos - esforço hercúleo! Logo em seguida, depois de controlar a situação, tive a idéia de descarrilhá-lo em direção ao trilho lateral, que subia sem qualquer descontinuidade. Consegui fazê-lo, a duras custas, e finalmente respiramos aliviados.
Várias outras vezes encontramos ameaçadoras descontinuidades e o iminente perigo de o metrô trucidar-nos.
Com o decorrer da aventura, algumas pessoas pulavam das cadeiras de um vagão para outro, num verdadeiro "salve-se-quem-puder". Lembro-me da fala de uma colega: "Estamos aqui, juntos, nesse passeio... Porém, agora, é cada um por si".
Assim, desencontrei muita gente. Às vezes, sentia-me completamente só. Mas minhas fiéis amigas confiaram em minhas decisões até o fim.
Quando adentramos os túneis - que eram isolados acusticamente -, as pessoas tornaram-se mais solidárias, umas com as outras (pois certamente haviam passado pelos maus bocados que relatei); e quando eu encontrava outro vagão mais cheio, pedia que os ocupantes parassem-no, a fim de que nós, eu e minhas amigas, pudéssemos ocupá-lo também. E a viagem prosseguia entre infinitos buracos de concreto e enclausurantes túneis. Desta vez, as cadeiras dos vagões ganharam cores e conforto - além disso, ofereciam segurança.
Alternavam-se, pois, vagões (sempre abertos) confortáveis e precários. Houve um momento em que tivemos de abandoná-los - ao ar livre - e testar, forçosamente, nossas resistências. Foi a etapa em que, dependurados nos trilhos, com o rio a nos "sorrir" lá embaixo, tínhamos de alcançar outro vagão. Acrescente-se que havia 4 filhotes de tigre a nos atemorizar, sobre os trilhos. Uma de minhas amigas não suportou o esforço e quase caiu. Consegui salvá-la, e o susto passou. Ufa...!
Lembro-me de que, na etapa final, eram 5 trilhos num túnel de concreto meio espiralado. Vagões de cadeiras verdes subiam; os azuis, amarelos e cor-de-rosa desciam; e aqueles cujas cadeiras tinham várias cores, vacilavam - ora subiam, ora paravam e desciam.
Tentei arriscar a sorte através dos vagões que desciam. Mas erramos diversas vezes, e quase perdemos as esperanças de livrarmo-nos daquele pesadelo. Foram tentativas e mais tentativas, até que ordenei que todos aqueles que estavam acompanhando-me, saltassem prum dos vagões que tinham as cadeiras cor-de-rosa.
E acertamos o caminho, até que enfim! Indescritível felicidade! Vitória! A alegria tomou conta de nossos macerados semblantes. Alguns colegas já haviam chegado ao "paraíso" e estavam a esperar pelos outros amigos. Fomos todos recebidos com aplausos e elogios.
Vi pouca gente sã e salva, ali. Senti-me privilegiada, mas, ao mesmo tempo, um profundo luto assombrou-me.
Onde estariam meus outros queridos colegas e amigos?!
(Registro do último sonho.)
Detalhe interessante é que os vários trilhos dessa montanha-russa (ora ao ar livre, ora a adentrar labirínticos túneis) eram paralelos e descontínuos. Havia, dependendo do estágio da viagem, de 3 a 5 trilhos - e seus respectivos vagões encontravam-se tão contíguos, uns aos outros, que, ao encontrarem-se nas adjacências, liberavam nervosas faíscas.
Poderia chamá-la de montanha-roleta-russa, visto que o sucesso do perigoso percurso dependia apenas da sorte dos ocupantes daqueles vários vagões enfileirados, cujas cadeiras, unidas, eram separadas de 10 em 10. Cada vagão, portanto, dispunha de 10 lugares.
Outro detalhe: nem sempre os trilhos, apesar de seu paralelismo, conduziam os vagões ao mesmo destino. Em certos pontos da longa jornada, todos eles desciam; em outros, desencontravam-se.
Estava eu à frente de um dos vagões, a conduzir alguns amigos. Éramos 5 ou 6 pessoas.
Experimentamos emoções diversas, que partiam da euforia e atingiam o extremo pânico.
Nosso trilho escolhido, logo no início do percurso, após uma brusca descida, pregou-nos um susto: ele terminava ali, diante dum rio poluído que nos aguardava, sedento pela fatalidade. As garotas entraram em desespero e tentei acalmá-las como pude. Ressalte-se que os trilhos estavam bastante gastos e enferrujados, ao ponto de dificultarem a viagem. Pois bem... Freei o nosso vagão com as próprias mãos - esforço hercúleo! Logo em seguida, depois de controlar a situação, tive a idéia de descarrilhá-lo em direção ao trilho lateral, que subia sem qualquer descontinuidade. Consegui fazê-lo, a duras custas, e finalmente respiramos aliviados.
Várias outras vezes encontramos ameaçadoras descontinuidades e o iminente perigo de o metrô trucidar-nos.
Com o decorrer da aventura, algumas pessoas pulavam das cadeiras de um vagão para outro, num verdadeiro "salve-se-quem-puder". Lembro-me da fala de uma colega: "Estamos aqui, juntos, nesse passeio... Porém, agora, é cada um por si".
Assim, desencontrei muita gente. Às vezes, sentia-me completamente só. Mas minhas fiéis amigas confiaram em minhas decisões até o fim.
Quando adentramos os túneis - que eram isolados acusticamente -, as pessoas tornaram-se mais solidárias, umas com as outras (pois certamente haviam passado pelos maus bocados que relatei); e quando eu encontrava outro vagão mais cheio, pedia que os ocupantes parassem-no, a fim de que nós, eu e minhas amigas, pudéssemos ocupá-lo também. E a viagem prosseguia entre infinitos buracos de concreto e enclausurantes túneis. Desta vez, as cadeiras dos vagões ganharam cores e conforto - além disso, ofereciam segurança.
Alternavam-se, pois, vagões (sempre abertos) confortáveis e precários. Houve um momento em que tivemos de abandoná-los - ao ar livre - e testar, forçosamente, nossas resistências. Foi a etapa em que, dependurados nos trilhos, com o rio a nos "sorrir" lá embaixo, tínhamos de alcançar outro vagão. Acrescente-se que havia 4 filhotes de tigre a nos atemorizar, sobre os trilhos. Uma de minhas amigas não suportou o esforço e quase caiu. Consegui salvá-la, e o susto passou. Ufa...!
Lembro-me de que, na etapa final, eram 5 trilhos num túnel de concreto meio espiralado. Vagões de cadeiras verdes subiam; os azuis, amarelos e cor-de-rosa desciam; e aqueles cujas cadeiras tinham várias cores, vacilavam - ora subiam, ora paravam e desciam.
Tentei arriscar a sorte através dos vagões que desciam. Mas erramos diversas vezes, e quase perdemos as esperanças de livrarmo-nos daquele pesadelo. Foram tentativas e mais tentativas, até que ordenei que todos aqueles que estavam acompanhando-me, saltassem prum dos vagões que tinham as cadeiras cor-de-rosa.
E acertamos o caminho, até que enfim! Indescritível felicidade! Vitória! A alegria tomou conta de nossos macerados semblantes. Alguns colegas já haviam chegado ao "paraíso" e estavam a esperar pelos outros amigos. Fomos todos recebidos com aplausos e elogios.
Vi pouca gente sã e salva, ali. Senti-me privilegiada, mas, ao mesmo tempo, um profundo luto assombrou-me.
Onde estariam meus outros queridos colegas e amigos?!
(Registro do último sonho.)
3 na trincheira.
Caroooool!
Que sonho maluco, garota! Perdi o fôlego diversas vezes durante a leitura!!!
Daria um ótimo roteiro de filme de ação, daqueles que vc gruda na cadeira, heheh
E que bom q a salvação estava no vagão com poltronas cor-de-rosa :)
Beijos grandes...
Aninha
Aninha... Descobri que vocês, as Hienas, apesar de distantes, são minhas amigas de verdade.
Carol do céu.. que sufoco foi esse... tava até parecendo entrega de trabalho da faculdade (lembra?) aposto que as cadeirinhas coloridas eram da aula do Aglaide (é assim que se escreve?)...
Ainda bem que ficamos em segurança.. qdo for andar de metrô vou te levar comigo, vou ficar mais tranquila! BJOS
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