Sorriso matreiro, cheiro de pequi, muito carisma e vigor. São essas as
lembranças mais fortes do Tio Lund.
Quando pequenina, por vezes viajávamos de Contagem a Paraopeba/MG, rumo à
fazenda do Tio Lund, e lá desfrutávamos de uma paz sem igual. Ali era tão
simples, que o fascínio do Cerrado tornava-se mágico. Isso era desvelado pouco a
pouco, cada vez que visitávamos o lugarejo.
Tia Ninice, esposa do Tio Lund e irmã do meu pai, Maurício, sempre preparava
verdadeiros banquetes. Notável cozinheira, até hoje! Ah, quanta saudade!
Houve um tempo em que morei com eles, meus tios, em Belo Horizonte ,
minha cidade natal. Estava cursando o quinto período do curso de
Belas-Artes/UFMG. Anteriormente, dividia um apartamento com duas garotas no
centro da cidade.
Quando adentrei a casa, fiquei com receio, pois imaginava que fossem muito
severos e conservadores. Mas receberam-me de braços abertos! Quanta alegria!
Meu Tio com cheiro de pequi e minha Tia doce, sempre doce! Fiquei boquiaberta.
A partir deste momento, criei laços mais fortes com eles. Ah, e meus primos... Eu os vi, homens feitos; e isso me intimidou um pouco – claro, nunca tivemos,
outrora, contatos frequentes! Porém, isso mudou. E foi ótimo!
O Tio Lund sempre parecia descontraído. Gostava de contar piadas e de um papo
amigo (apesar da severidade de seus olhos) – daí, a sua sinceridade. Isso me
ajudou a sociabilizar com aquela família do bairro Grajaú,
"Belzonte".
E hoje, vejo o Tio Lund a descansar para sempre. Não contenho as lágrimas. Não!
Disse a mim mesma... Meu pai perdeu seu melhor amigo.
E ele, Tio Lund, também era, confidencialmente, meu grande amigo.
Que Deus o tenha, grande Tio Lund!
27/01/2014
Ninguém na trincheira.
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