20080626

Melodia em Sol Sustenido Menor

O mistério se desfez no silêncio. Adágio. Soa então a primeira nota duma idílica sinfonia. Movimentos. Um após outro e a solidão já serenava. Arpejos irrompiam em patéticos reflexos especulares. O ocaso. Uma frágil flecha pulsa naquela pauta de metal. Furor poético. A escala cromática se esvai na tensão. O caos. Já não existem conceitos. Segue a melodia em infindáveis improvisos. O acaso. Resplandece agora luz singular. Clave de sol. Eis que surge o último sinal. Reflexos multiplicados. Ofuscante desejo. Pupilas-espelho incessantemente a pulsar. Encontro no rastro dos cabelos ensolarados. Riqueza cíclica de incomuns timbres. Mãos. O matrimônio da Natureza e do Universo. Insondável estranheza. Já não existem limites. Uníssono. Único corpo. Único espelho. Único Amor.

Ninguém na trincheira.